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Bônus para Quem Volta ao Escritório: Frequência Presencial Agora Influencia Remuneração

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A pandemia trouxe mudanças significativas no mundo do trabalho, especialmente com a popularização do home office. Agora, enquanto muitas empresas tentam trazer seus colaboradores de volta ao ambiente presencial, uma nova tendência está ganhando força: a frequência no escritório está sendo usada como critério para calcular bônus e remunerações variáveis.

Empresas Usam Incentivos Financeiros para Estimular o Retorno ao Presencial

Com o fim das restrições mais severas da pandemia, muitas companhias estão enfrentando resistência dos funcionários para retornar ao escritório. A Deloitte, uma das maiores empresas de consultoria do mundo, decidiu adotar uma abordagem direta: a presença física no local de trabalho agora influencia as avaliações de desempenho e, consequentemente, os bônus dos colaboradores. Nos Estados Unidos, os profissionais da área tributária da empresa precisam trabalhar de dois a três dias por semana no escritório para garantir sua remuneração variável.

Fernanda Abilel, especialista em remuneração e colunista da Forbes Brasil, ressalta que “pagar pela presença física não garante resultados ou engajamento”. No entanto, muitas empresas acreditam que o trabalho presencial é essencial para fortalecer a cultura organizacional e melhorar a colaboração entre as equipes.

Funcionários Preferem Flexibilidade a Salários Mais Altos

Enquanto as empresas pressionam pelo retorno ao escritório, muitos profissionaisdemonstram clara preferência pelo trabalho remoto. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos mostram que cerca de 40% dos colaboradores estariam dispostos a aceitar uma redução salarial de 5% ou mais para manter a possibilidade de trabalhar de casa. No Brasil, um estudo da Deel em parceria com a Opinion Box revelou que 54% dos profissionais que atuam presencialmente gostariam de migrar para o modelo híbrido ou remoto.

A flexibilidade é um dos principais motivos para essa preferência. Evitar deslocamentos diários, ter mais tempo para a família e poder gerenciar melhor o tempo são benefícios que muitos não estão dispostos a abrir mão, mesmo que isso signifique ganhar menos.

O Conflito entre Trabalho Presencial e Remoto

Grandes empresas como Amazon, JPMorgan e Goldman Sachs estão exigindo que seus funcionários voltem ao escritório em tempo integral. Especialistas acreditam que essa tendência deve se intensificar ao longo de 2024, com mais companhias adotando políticas semelhantes. No entanto, a resistência dos colaboradores pode criar um impasse, já que muitos valorizam a liberdade oferecida pelo trabalho remoto.

Para equilibrar as demandas das empresas e as preferências dos funcionários, algumas organizações estão adotando modelos híbridos, que combinam dias presenciais e remotos. A Deloitte, por exemplo, permite que os colaboradores escolham seu modelo de trabalho, mas a frequência no escritório agora impacta diretamente sua remuneração variável.

Frequência no Escritório como Critério para Bônus

A Deloittenão é a única empresa a adotar essa estratégia. A TCS (Tata Consultancy Services), uma gigante da tecnologia, também implementou uma política que vincula a frequência no escritório ao pagamento de bônus. Funcionários que comparecerem ao local de trabalho por menos de 60% do tempo não receberão nenhum pagamento variável no trimestre. Aqueles com frequência entre 60% e 75% receberão 50% do bônus, enquanto os que comparecerem entre 75% e 85% do tempo terão direito a 75% do valor. Somente quem ultrapassar 85% de frequência receberá o bônus integral.

Outras empresas, como o Google e o Lloyds Banking Group, também estão considerando a presença no escritório em suas avaliações de desempenho. No caso do Lloyds, funcionários seniores precisam comparecer ao escritório pelo menos 40% do tempo para garantir seu bônus.

Incentivos Financeiros e Benefícios para Atrair Funcionários

Algumas empresas estão tentando atrair os colaboradores de volta ao escritório com incentivos financeiros e benefícios adicionais. A Cameo, plataforma de vídeos de celebridades, ofereceu um adicional de US$ 10 mil anuais para funcionários que comparecessem ao escritório quatro dias por semana. Além do aumento, a empresa passou a oferecer almoço gratuito, estacionamento e academia no prédio.

No entanto, especialistas questionam a eficácia dessas estratégias. Fernanda Abilel argumenta que “os programas de incentivos deveriam estar alinhados ao cumprimento de metas de negócio, como resultados financeiros ou ações estratégicas que promovam o crescimento sustentável da empresa”.

O Futuro do Trabalho em Transformação

A discussão sobre o retorno ao escritório reflete uma mudança profunda no mundo do trabalho. Enquanto as empresas buscam fortalecer a cultura organizacional e a colaboração, os funcionários valorizam a flexibilidade e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A adoção da frequência no escritório como critério para bônus é uma tentativa de alinhar esses interesses, mas seu sucesso a longo prazo ainda é incerto.

Para os profissionais, a mensagem é clara: a flexibilidade pode ter um custo, e a decisão de voltar ao escritório pode impactar diretamente sua remuneração. Para as empresas, o desafio é encontrar um equilíbrio entre as demandas do negócio e as expectativas dos colaboradores, garantindo que as políticas adotadas promovam tanto o engajamento quanto os resultados financeiros.

Fonte: Revista Forbes.

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